domingo, 4 de maio de 2008

O ateísmo no mundo e na história


Porcentagem de pessoas que disseram acreditar em algum deus em pesquisa realizada em 2005 na União Européia.
Porcentagem de pessoas que disseram acreditar em algum deus em pesquisa realizada em 2005 na União Européia.

A Encyclopædia Britannica estima que cerca de 2,5% da população mundial se classifica como ateísta. Parte considerável das pessoas, cerca de 12,8%, tende a se descrever como "não-religiosa". O ateísmo é um pouco mais preponderante na Europa e na Rússia do que nos Estados Unidos e raramente se encontra no terceiro mundo (existe, contudo, em Estados que durante a Guerra fria eram considerados do 2º mundo, onde o ateísmo é ideologia oficial do Estado, como a República Popular da China, a Coréia do Norte e Cuba uma elevada percentagem de ateus). De acordo com uma pesquisa de 2003, 33% dos franceses adultos dizem que o termo "ateu" define muito bem sua posição sobre religião. Destaca-se 59% da população da República Checa, que se declara como ateísta.

É possível que o ateísmo esteja mais disseminado do que as pesquisas sugerem. Ateus que expressam abertamente a sua opinião passam frequentemente a carregar um estigma social, correndo o risco de serem discriminados, ou, em alguns países, condenados à morte. Os adeptos de visões teístas julgam aqueles que não professam qualquer crença em divindades como sendo amorais ou não confiáveis - inadequados, portanto, como membros da sociedade. O ateísmo já foi considerado crime em muitas sociedades antigas, sendo-o ainda em algumas da actualidade. As escrituras de muitas religiões condenam os descrentes. Podemos encontrar um exemplo bíblico na história de Amaleque. Na Europa Medieval, o ateísmo era tido como amoral e muitas vezes criminoso; ateus podiam ser sentenciados à morte na fogueira, especialmente em países onde actuava a Inquisição. Enquanto o Protestantismo sofria discriminação e perseguição pela então dominante Igreja Católica Romana, Calvino também defendia a morte de ateus e hereges na fogueira. O fato é que algumas igrejas, seitas ou grupos perseguiram, e ainda hoje perseguem, aqueles que não compartilham de suas interpretações religiosas, perseguindo ateus e teístas - mesmo aqueles que fazem parte da mesma religião mas que se insiram em grupos, seitas ou igrejas com interpretações religiosas distintas.

Karl Marx, um dos mais famosos ateus da história.
Karl Marx, um dos mais famosos ateus da história.

Por outro lado, o ateísmo é, por vezes, a posição oficial de países Comunistas, como a ex-União Soviética, o ex-bloco Oriental e a República Popular da China. Karl Marx, ateu e descendente de rabino judeu, afirmava que religião é "o ópio do povo". Queria com isto afirmar que esta existe para encobrir o verdadeiro estado das coisas numa sociedade, tornando os indivíduos mais receptivos ao controle social e exploração. Concomitantemente, afirmava que a religião era "a alma de um mundo sem alma", querendo assim dizer que a experiência religiosa surgia como uma reação normal de busca de sentido numa realidade social alienante. Doutrinas Marxistas à parte, o fato é que tais estados encontraram um meio de desencorajar todas as religiões no intuito de enfraquecer quaisquer possíveis centros de oposição ao seu completo controle sobre esses estados. Na União Soviética e na República Popular da China, eram toleradas algumas igrejas que se submetiam ao estrito controle do estado. É notável que a resistência ao comunismo frequentemente encontrasse focos em assuntos religiosos, e ao papa João Paulo II é muitas vezes dado o crédito de ter ajudado a terminar com o comunismo no Leste Europeu.

Desde a Segunda Guerra Mundial, toda formatura militar nos Estados Unidos é acompanhada pelo freqüente uso dos dizeres "Não existem ateus em trincheiras". Durante a Guerra Fria, o fato dos inimigos dos EUA serem oficialmente ateus ("Comunistas sem deus") somou-se à visão de que ateus não são confiáveis nem patriotas. Recentemente na campanha presidencial de 1987 nos (oficialmente seculares) EUA, George H. W. Bush disse "não sei se ateus deveriam ser considerados como cidadãos nem como patriotas. Essa é uma nação sob Deus." Declarações similares foram feitas durante a discussão que cercava a inclusão da frase "sob Deus" no Juramento de Lealdade Americano, palavras que foram adicionadas ao juramento no início do período da Guerra Fria.

Apesar das atitudes do período de Guerra Fria, os ateus são legalmente protegidos da discriminação nos EUA e são os mais fortes advogados da separação legal entre igreja e Estado. Os tribunais americanos regularmente - se não controversalmente - interpretam o requisito constitucional em relação à separação entre igreja e Estado como sendo protetor da liberdade dos descrentes, e também proibindo o estabelecimento de qualquer estado religioso. Os ateus muitas vezes resumem a situação legal com a frase: "Liberdade religiosa também significa liberdade da não religião."

2 comentários:

Unknown disse...

Só discordo totalmente de que esse indivíduo o tal karl marx era ateu; não, ele era igualmente como hitler e outros com o mesmo cacuete e com os mesmos asseclados "anjos", era(m) e são todos ansiosamente convictos que eles próprios eram semi-deuses e, como muitos, e como a totalidade absoluta de adeptos de crenças, acham-se mesmo SEMI-DEUSES, ou seja, filhos invejosos de sua mais sórdida fantasia.
"Uma vez entregue à crença(s) não há mais na cabeça de uma pessoa a opinião; entregou-se à condição de escravo (o boneco que assim vaga, a nenhuma discussão está apto), pior escravidão do que a concreta/física, a condição psicológica submissa à grossas e terríveis correntes abstratas, que pessoas vítimas de vigarice nociva à espécie humana perdem partes preciosas de seu viver, e covardemente (porque foram postas contra si próprias) perdem (sem a ela ser possível ver) até toda a sua vida.
Quem e quantos se livram disso, sabem e sentem o quanto é difícil tentar fazer por aqueles que até a vida sexual foi torcida pra amar uma fantasia e perderem o viço da mais espetacular pureza de poesia que a Natureza propôs à nossa estatura de consciência."(Haddammann)

lucas santos de matos disse...

athan, pelo amor q vc tem no seu deus... pense um pouco e vá estudar. karl marx nunca se achou deus. o fato dele não reconhecer a sua existencia não quer dizer q ele queira se dizer deus. quem se disse um semi-deus foi justamente alguem que os cristãos tanto cultuam... o rei... numa época em q ser o representante de deus era sinônimo de golpa. o nome dele? jesus cristo. não quero dizer q jesus foi um golpista... mas se for pensar na sua linha... é muito mais coerente afirmar q jesus se achava um semi deus q o pobre karl marx q jamais sonhou ser presidente... rei...

abraços!